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O que é arquitetura sustentável? Compreenda o conceito e suas práticas.

O que é arquitetura sustentável? Compreenda o conceito e suas práticas.

A arquitetura sustentável envolve práticas arquitetônicas que consideram tanto o bem-estar dos usuários quanto a preservação ambiental, buscando equilibrar funcionalidade, eficiência e impacto ecológico.

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A arquitetura sustentável é descrita como a preocupação em relacionar os processos construtivos com a mentalidade ambiental, social e econômica. É um termo muito discutido atualmente e suas questões procuram evitar ameaças irreversíveis ao futuro do planeta.

O tema tem sido pauta de muitos debates internacionais e seus apontamentos são visivelmente importantes para a conservação do meio ambiente. Nesse contexto, diversos campos vem aplicando a preocupação sustentável em seus hábitos cotidianos. A arquitetura e a engenharia civil não poderiam ser diferentes.

Veremos neste artigo como as práticas sustentáveis se apresentam no campo arquitetônico e da construção civil. Além disso, abordaremos o impacto que essas práticas carregam para a preservação do meio ambiente. Citaremos as origens da sustentabilidade e as principais características que definem uma arquitetura verdadeiramente sustentável.


Vamos lá!


O que é sustentabilidade?
O que é arquitetura sustentável?
Características da arquitetura sustentável

 

 

O que é sustentabilidade?

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Sustentabilidade é um conceito que se refere à capacidade de um sistema em garantir sua continuidade e equilíbrio ao longo do tempo. De maneira mais específica, ela busca conciliar os campos econômicos, sociais e ambientais para criar um mundo mais justo e saudável para todos. As ações sustentáveis visam um desenvolvimento que não comprometa as gerações futuras.

Sua etimologia vem do latim "sustentare", que significa sustentar, apoiar e defender. A palavra "sustentável" também deriva dessa mesma raiz. Ambas ganharam destaque nos anos 1980, como veremos a seguir. Com o passar dos anos, novos conceitos foram adotados e hoje a sustentabilidade é considerada um princípio a ser seguido globalmente.

História da sustentabilidade

Iniciamos nossa linha no tempo em 1962. A bióloga estadunidense Rachel Carson lança o livro Primavera Silenciosa, no qual documenta os efeitos nocivos da indústria na natureza. Embora incluísse informações alarmantes, o livro não ganhou a atenção necessária. Ele foi escrito e lançado em uma época na qual os debates sobre o tema eram muito escassos.

Reafirmando tais preocupações ambientais, é formado em 1968 o Clube de Roma. O objetivo do clube era discutir a relação entre ser humano e natureza em um contexto industrial. Os profissionais que faziam parte do clube alertavam para o uso indiscriminado de recursos naturais e os danos causados por essa ação. Similar a Carson, o grupo estimulava a importância da sustentabilidade em um período no qual ela ainda não era amplamente discutida.

Durante a história, a relação entre ser humano e meio ambiente gerou uma visão distorcida sobre a natureza. Com os recursos naturais sendo explorados de forma livre e despreocupada, a natureza era vista como uma fonte inesgotável de matéria-prima. Sabemos hoje que essa é uma ideia equivocada, mas a civilização só entendeu o impacto negativo dessa exploração após a Revolução Industrial.

O Clube de Roma passou a receber mais atenção em março de 1972, após a publicação de Os Limites do Crescimento. Auxiliados por um sistema operacional, o grupo simulou os impactos gerados no planeta Terra a partir dos comportamentos da população. Eles destacaram que o risco para um colapso total era eminente e que medidas deveriam ser tomadas de imediato.

É nesse cenário de apreensão que surge o histórico encontro de junho de 1972. Realizado pela ONU (Organização das Nações Unidas), o encontro abrangia a primeira conferência entre os chefes de estado para discutir o meio ambiente. A Conferência de Estocolmo foi sediada na capital sueca e contou com os chefes de 113 países. O caráter destrutivo da ação humana na natureza era a principal pauta a ser debatida.

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A conferência marcou o reconhecimento do poder humano em impactar o seu meio, seja de forma positiva ou negativa. Ela concebeu e legitimou um documento histórico extremamente importante até hoje. A Declaração de Estocolmo, como é conhecida, decretou oficialmente o direito humano ao meio ambiente de qualidade e uma vida digna para todos.

O encontro foi também responsável por introduzir a pauta ambiental entre as prioridades governamentais. Aquela se tornava a primeira vez em que a preocupação para com a natureza ganhava atenção mundial. Era iniciado ali um longo percurso em prol do meio ambiente, recebendo notável impulso em 1983, como veremos a seguir.

Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento

A Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento foi criada pela Secretaria Geral da ONU em 1983. Gro Harlem Brundtland, médica e ex-Primeira Ministra da Noruega, foi a escolhida para desenvolver e administrar a comissão. Ela recebeu o convite baseado em seu trabalho no mundo da medicina, no qual mesclava atividades ambientais e ações de desenvolvimento humano.

Após dezenas de reuniões em um período de 4 anos, a comissão divulga seu relatório oficial em 1987. Nele eram apresentados diversos índices que criticavam a posição de países industrializados e reafirmavam as ameaças aos ecossistemas. O documento, nomeado de Nosso Futuro Comum (Our Common Future) foi responsável por introduzir ao mundo o termo "desenvolvimento sustentável". Para a comissão, o conceito defende atender as necessidades atuais sem comprometer as gerações futuras.

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Deixamos abaixo um trecho do relatório:

O desenvolvimento sustentável requer que as sociedades atendam às necessidades humanas tanto pelo aumento do potencial produtivo como pela garantia de oportunidades iguais para todos. Muitos de nós vivemos além dos recursos ecológicos, por exemplo, em nossos padrões de consumo de energia… No mínimo, o desenvolvimento sustentável não deve pôr em risco os sistemas naturais que sustentam a vida na Terra: a atmosfera, as águas, os solos e os seres vivos. Na sua essência, o desenvolvimento sustentável é um processo de mudança no qual a exploração dos recursos, o direcionamento dos investimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional estão em harmonia e reforçam o atual e futuro potencial para satisfazer as aspirações e necessidades humanas.” - Nosso Futuro Comum, 1987

 

O relatório estabeleceu uma coletânea de metas para que os países conduzissem o mundo à uma nova realidade. Procurava-se evitar o avanço das destruições ambientais e garantir um maior equilíbrio climático. Muitas são as áreas com potencial para ajudar nessa missão e a arquitetura entra para a lista como uma das principais.

O que é arquitetura sustentável?

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A arquitetura sustentável representa os processos arquitetônicos que se preocupam igualmente com os usuários e o meio ambiente. Seu objetivo está na otimização das construções para que sua performance, em todas as etapas, seja mais eficaz e positiva. Ela busca criar espaços socialmente justos, economicamente viáveis e ambientalmente responsáveis.

O ciclo de vida de uma construção sustentável considera todas as suas partes, da extração do material até uma eventual demolição. Esse tipo arquitetônico procura minimizar seu impacto na natureza por meio de estratégias e soluções inteligentes. Entre elas podemos citar: fontes renováveis de energia, eficiência energética, materiais sustentáveis e gestão inteligente de resíduos.

A arquitetura sustentável busca, portanto, criar edificações capazes de se manter em harmonia com a comunidade e o meio ambiente. Além disso, ela tem como objetivo central promover o bem-estar das pessoas que utilizam esses espaços. Proporcionam ambientes mais saudáveis, confortáveis e seguros para seus usuários.

Vimos no tópico anterior que a sustentabilidade se tornou um plano em comum em diversos campos, grupos e contextos sociais. Muito além de uma decisão individual, ser sustentável transmite uma preocupação com o todo, buscando contribuir para o estado ambiental do planeta. Na arquitetura e na construção civil, essa abordagem é ainda mais necessária.

O setor da construção é responsável por grande parte dos impactos negativos ao meio ambiente. O descarte irregular de resíduos e o consumo exagerado de matéria-prima são dois grandes exemplos disso. Muitas são as etapas, em um processo construtivo, que podem receber melhorias sustentáveis. A construção civil e a arquitetura tem amplo potencial para soluções como essa.

Cerca de 98% dos resíduos do setor construtivo brasileiro podem ser reciclados, mas apenas 21% deles de fato são. Caso os 98% fossem reciclados em apenas um dia, poderiam ajudar a construir uma área equivalente a 2.134 estádios Maracanã. Os dados foram calculados pela Abrecon (Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil e Demolição) em 2019.

O papel da arquitetura nessa equação é abordar um planejamento inteligente para os projetos. Ela colabora com soluções que visam ajudar na economia de energia, luz, água e no diálogo entre a natureza e a edificação. Mesmo que a construção civil apresente resultados mais palpáveis, como o manejo correto de materiais, a arquitetura é essencial na configuração dos projetos. Ambas as áreas devem exercem suas funções em conjunto, buscando um resultado cada vez mais sustentável.

História da arquitetura sustentável

Para entendermos melhor o que é a arquitetura sustentável, é importante entendermos também o contexto histórico de sua origem. Nessa parte do artigo, abordaremos como as discussões ambientais impactaram o campo arquitetônico e da construção civil.

Seguindo a onda criada pelo Relatório Brundtland, diversas conferências ambientais foram realizadas nos anos 90. Questões relacionadas ao combate do desflorestamento e o controle da emissão de gases entraram em pauta em diferentes países, inclusive no Brasil. Em 1992, temos a volta da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, exatos 20 anos depois da Conferência de Estocolmo.

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O Rio de Janeiro é a cidade responsável por sediar a nova edição da conferência. Foi apelidada com diversos nomes: RIO-92, ECO-92 ou até mesmo Cúpula da Terra. Nesse novo capítulo da história, as nações estavam mais propensas às pautas ambientais. O evento teve destaque pela grande presença de países participantes e pelo consentimento geral sobre as recomendações atestadas.

Nomeado de Agenda 21, o plano de ação final da conferência englobou temas direcionados ao desenvolvimento sustentável. No planejamento brasileiro, as ações em evidência buscavam ir contra a cultura do desperdício em sistemas de produção e consumo. O objetivo era abraçar integralmente os princípios sustentáveis.

É nesse cenário que duas importantes criações unem oficialmente os debates ambientais e o universo da arquitetura. As certificações internacionais BREEAM e LEED são lançadas ainda nos anos 1990. Seu principal foco está em avaliar, classificar, promover e estimular as práticas sustentáveis no campo arquitetônico e da construção civil.

  • BREEAM (Building Research Establishment Environmental Assessment Method), é o certificado mais antigo do mundo. Sua primeira versão para prédios corporativos chegou em 1990, mas foi em 1998 que a marca recebeu sua grande atualização. Com o passar dos anos, lançou também outros modelos de certificado para diferentes tipos de construção.
  • LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), foi lançado em 1993 pela organização não governamental USGBC (U.S. Green Building Council). O certificado atende a manutenção de projetos verdes e procura trabalhar no design dos sistemas ao invés de apenas avaliá-los. Casas, prédios e vizinhanças fazem parte de seu espectro.

Depois da RIO-92, foram desenvolvidas outras duas conferências para a abordagem ambiental. A RIO+10 de 2002, em Joanesburgo, e a RIO+20 de 2012 novamente na capital carioca. Ambas tiveram grande protagonismo da arquitetura e da construção civil nos processos sustentáveis. Contou com ampla participação de arquitetos, urbanistas e especialistas para discutir o desenvolvimento sustentável das cidades.

É no pós-RIO+10 que as primeiras certificações brasileiras são lançadas.

  • PROCEL Edifica foi criada em 2003 pelo PROCEL (Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica). A missão do programa foi contribuir com a qualidade de vida das pessoas por meio da eficiência elétrica. Através do certificado, procurava-se reduzir o impacto ambiental e construir métricas necessárias para a racionalização do consumo de energia.
  • AQUA-HQE™ foi criada em 2008 pela Fundação Vanzolini em parceria com a Escola Politécnica da USP. Do pré-projeto até a execução da obra, o certificado analisa todas as etapas construtivas e prioriza por soluções sustentáveis. A AQUA-HQE™ foi adaptada de uma certificação francesa, a Demarché HQE, uma das mais importantes do mundo.

Além dos selos já citados, encontramos muitos outros espalhados pelo Brasil e mundo. Casal Azul e AQUA SOCIAL são dois exemplos brasileiros. CASBEE do Japão, NABERS da Austrália, DGNB da Alemanha e Nordic Swan dos Países Nórdicos.

Nesse tópico, entendemos que os processos arquitetônicos são relativamente recentes entre os debates sustentáveis. É importante ressaltar, contudo, que muitos foram os movimentos que valorizavam os aspectos naturais e ambientais antes mesmo de serem oficiais.

A relação dos processos arquitetônicos com os debates sustentáveis é relativamente recente. Contudo, muitos foram os movimentos que valorizavam os aspectos naturais e ambientais em seus projetos muito antes disso. É importante estar atento aos períodos históricos de cada construção para não confundir os conceitos e estilos. A arquitetura ecológica, por exemplo, não é igual a arquitetura sustentável.

Quando falamos de arquitetura ecológica, trabalhamos com a ideia de integração total ao meio ambiente. Ela trabalha na preservação de espaços e no menor impacto ambiental possível. Esse também é um objetivo da arquitetura sustentável, mas não é só isso. Uma arquitetura verdadeiramente sustentável deve envolver os 3 pilares: social, econômico e ambiental.

Ou seja, uma arquitetura sustentável apresenta o conceito de desenvolvimento sustentável. Além da missão ecológica, deve promover também os âmbitos sociais e econômicos. Para ilustrarmos melhor essa ideia, separamos abaixo as principais características da arquitetura sustentável:

Características da arquitetura sustentável

Causar o menor impacto possível em sua localidade

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Um projeto de arquitetura sustentável parte, antes de tudo, da avaliação sobre sua localidade. A arquitetura sustentável preza por uma relação saudável entre a edificação e o meio ambiente. Tal relação só é possível a partir das soluções encontradas com base na avaliação sobre seu entorno.

Conhecer previamente o local da construção permite que o profissional responsável idealize as melhores estratégias para uma presença pacífica naquele ambiente. Um dos grandes princípios da arquitetura sustentável é causar o menor impacto ambiental possível, evitando ao máximo ser uma adversidade para a natureza.

Nessa avaliação, também é investigada a presença e disponibilidade de recursos naturais naquela região. Esse detalhe é importante porque pode contribuir para otimizar ainda mais o processo construtivo. A presença de matéria-prima disponível dispensa a procura por materiais em outros lugares, barateando o transporte e favorecendo a economia local.

Além disso, é crucial para a arquitetura sustentável que o projeto esteja ciente de todas as condições geológicas e territoriais envolvendo sua localização. Esse também é um estudo que pode ser feito juntamente a avaliação primária. Busca, portanto, a melhor e mais respeitosa integração do projeto com o meio ambiente.

Abraçar as características naturais do terreno em seu projeto

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A arquitetura sustentável defende que as edificações não devem alterar seu ambiente, mas sim serem moldadas às condições já apresentadas. Esse princípio tem direta ligação com o que vimos no tópico anterior. Para um projeto arquitetônico sustentável, é imprescindível que se conheça o perfil do terreno a ser construído. É a partir dele que o desenho do espaço nascerá.

Quando um terreno apresenta certas características naturais, a arquitetura sustentável tende a preservá-las e transformá-las em elemento arquitetônico. A construção abraça suas propriedades e as consideram no próprio pré-projeto. A atitude reafirma a conservação do meio ambiente e produz edifícios singulares e ecológicos.

Árvores são um bom exemplo para ilustrar esse tópico. Ao invés de derrubá-las para a construção, se escolhe criar um projeto que adote sua presença. Com isso, não só as questões básicas do planejamento são levadas em conta (eletricidade, água, automação e afins). As características do solo, vegetação, ventilação e luz natural também ganham importância.

Em projetos de arquitetura sustentável, procura-se valorizar as áreas verdes do terreno. O foco da construção é delimitar um espaço para que o paisagismo seja protagonista. Como qualquer outro projeto arquitetônico, é fundamental a presença de profissionais nesse planejamento. Juntos eles podem encontrar as soluções necessárias para o terreno e aplicá-las de forma coerente e segura.

Apresentar sistemas mais econômicos e eficientes

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A arquitetura sustentável vai além de um perfil apenas ecológico. Seu conceito explora 3 importantes pilares do desenvolvimento, e o fator econômico é um deles. Para considerarmos uma arquitetura sustentável, devemos identificar estratégias que auxiliem a transformar a construção em um sistema mais econômico e eficiente.

Em um projeto arquitetônico sustentável, tudo é pensado de forma otimizada e aplicado de maneira inteligente. As ações escolhidas buscam uma redução de gastos totais e promovem a economia de água e energia elétrica. A preservação ambiental vem como consequência de tudo isso.

Para atingirmos esse resultado, as estratégias podem variar de acordo com a localidade e o terreno. Geralmente são adotadas fontes de energia renovável e sistemas hidráulicos otimizados. A arquitetura sustentável torna possível a criação de um projeto com maior eficiência energética e hídrica, além de financeiramente vantajoso para o morador.

Suas soluções econômicas, ainda, não se limitam apenas a otimização dos sistemas. Um projeto sustentável busca também considerar todo o ciclo de vida da edificação, da pré-produção até uma eventual demolição. A análise completa das etapas permite aprimorá-las ao máximo, reduzindo seus custos e aspirando uma reciclagem total de todos os materiais utilizados.

Falando em reciclagem, esse também é um fator extremamente importante nos sistemas arquitetônicos sustentáveis. A mentalidade ambiental procura garantir que seus processos sejam reutilizáveis e explorem, de forma mais inteligente, os recursos naturais. Nos aprofundaremos melhor nesse assunto no tópico a seguir.

Abordar a reciclagem como um processo intrínseco

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Uma das mais importantes características da arquitetura sustentável é a reciclagem. Ela se torna quase intrínseca a esse sistema, reforçando o relacionamento pacífico entre construção e meio ambiente. A arquitetura sustentável chega para promover a reutilização de materiais e evitar o consumo desenfreado e irresponsável de recursos naturais.

Mencionamos anteriormente que a construção civil brasileira produz grandes quantidades de resíduos em suas obras. Desse número, nem metade é devidamente reciclado. Torna-se vital nesse setor que as práticas sustentáveis sejam adotadas e seus processos otimizados. Vimos que em apenas um dia de reciclagem a reutilização dos resíduos teria um potencial grandioso e efetivo.

Indo além da reciclagem, a arquitetura sustentável procura também viabilizar outras fontes de matéria-prima. Um bom exemplo são as madeiras de reflorestamento, cultivadas já com intuito de serem extraídas posteriormente. Elas evitam que árvores nativas sejam ameaçadas e propõem uma solução ecológica para o problema.

Outra opção sustentável que envolve o processo de reaproveitamento são os sistemas de captação de águas pluviais. Apesar de não serem próprias para consumo, águas pluviais podem ser utilizadas em diversas atividades. Alguns exemplos são: lavagens de áreas externas, irrigação de plantações e lavagens de roupa. Esse processo contribui para a economia hídrica do projeto.

O reaproveitamento pode ser aplicado também em outros sistemas. Um deles é o sanitário, que apresenta tratamento especial dos resíduos secos e os transforma em adubo. Esse produto se reintegrará no meio ambiente e ajudará no desenvolvimento de jardins, hortas, entre outros.

Apresentar um paisagismo estratégico e local

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O estudo da localidade é um passo essencial para o desenvolvimento da arquitetura sustentável. Através dele, o planejamento arquitetônico exibe soluções mais assertivas que garantem à construção uma presença mais respeitosa no meio ambiente. E isso vale também para o paisagismo que encobrirá o projeto.

Muitos são os modelos e aplicações do paisagismo em um projeto arquitetônico, desde telhados verdes até jardins verticais. As variações vão de acordo com o terreno e a edificação que será construída. A norma para uma aplicação sustentável, no entanto, é acatar com as características ambientais do local, preservando os ecossistemas existentes.

É muito comum encontrarmos exemplos de paisagismos brasileiros que não referenciam as plantas nativas do país. A utilização constante de espécies estrangeiras acaba por desvalorizar e ignorar a variedade da flora brasileira. Na arquitetura sustentável, esse cenário é desfeito: o destaque é atribuído às plantas locais, em seus devidos espaços e execuções.

Ao prestigiar a flora nacional, o paisagismo da arquitetura sustentável cria um ambiente 100% e uma hospedagem segura para a preservação das espécies. Nesse sentido, o projeto arquitetônico fica responsável por idealizar soluções que assegurem luz solar e ventilação às plantas.

E as funções do paisagismo não param por aí. Um paisagismo bem estruturado colabora ainda para a harmonia visual do projeto e cria espaços que aproximam os moradores da natureza. Essa aproximação, consequentemente, proporciona acolhimento, conforto e bem-estar, reforçando a ergonomia da construção e melhorando a saúde dos usuários.

Promover a conscientização de uma cultura sustentável

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No decorrer desse artigo, vimos como as ideias sobre sustentabilidade ganharam amplitude durante a história. Através dessa amplitude, importantes conceitos foram estabelecidos e objetivos fincados na trajetória humana. Um deles, como citamos algumas vezes aqui, é o de desenvolvimento sustentável, que entrelaça as questões ambientais, econômicas e sociais.

Quando discutimos a arquitetura sustentável, procuramos integrar ao planejamento das edificações um pensamento mais ecológico, que preze pelo meio ambiente. Entretanto, como esse é um modelo de arquitetura baseado no desenvolvimento sustentável, também devemos levar em conta questões além das ambientais.

Para que a arquitetura sustentável tenha uma presença efetiva, a mentalidade dos moradores e da população também precisa mudar. As maneiras de pensar a sustentabilidade precisam ser incluídas ao dia a dia das pessoas para que os hábitos sejam fortalecidos. Um projeto arquitetônico sustentável perde seu significado quando não há uma verdadeira mudança cultural na utilização dos espaços.

A conscientização social talvez seja a característica mais relevante da arquitetura sustentável, já que serve de base para literalmente todas as outras. O comportamento das pessoas conta muito para que a sustentabilidade ganhe vida. Por isso, para além de soluções ecológicas, a arquitetura sustentável também visa promover uma conscientização social ampla. Sua principal missão é inserir a cultura sustentável nos ambientes e no cotidiano da sociedade.

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A ArchShop está redefinindo o conceito de arquitetura residencial no Brasil, tornando projetos de alta qualidade acessíveis a todos. Combinando a expertise de mais de 20 anos no setor da construção civil com a inovação tecnológica, a empresa oferece uma plataforma digital completa que simplifica e democratiza o processo de construção da casa dos sonhos.

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