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8 mulheres que marcaram a história da arquitetura.

8 mulheres que marcaram a história da arquitetura.

A história da arquitetura foi marcada por contribuições significativas de arquitetas mulheres.

pro archshop setembro de 2024 estudante de arquitetura

A contribuição das mulheres na história da arquitetura é ampla e significativa, porém constantemente negligenciada e subestimada. Recentes iniciativas têm se dedicado a valorizar o trabalho dessas profissionais e a promover a igualdade de gênero no campo da arquitetura e do urbanismo. Um marco importante nessa trajetória foi a aprovação, em 2020, do Dia Nacional da Mulher Arquiteta e Urbanista, comemorado em 31 de julho.

Essa data vai além de um simples motivo de celebração, pois representa um passo na promoção da igualdade de gênero. O estabelecimento do Dia da Mulher Arquiteta e Urbanista pelo CAU proporciona uma oportunidade para refletir sobre ações e políticas necessárias para a igualdade entre mulheres e homens da área. Segundo dados do SICCAU, mulheres representam 64% dos profissionais na arquitetura, enquanto homens correspondem a 36%. É importante ressaltar que em todos os estados brasileiros as arquitetas são a maioria. No entanto, a pesquisa revelou inúmeras desigualdades ainda existentes entre arquitetos e arquitetas.

Neste artigo que dividiremos em 2 partes, vamos destacar o trabalho e o legado de 15 mulheres notáveis na história da arquitetura. Pioneiras de suas épocas, superaram obstáculos sociais e deixaram uma marca inegável no campo arquitetônico. Nesta segunda parte, vamos abordar 8 nomes internacionais de mulheres importantes na história da arquitetura. É importante ressaltar que muitas arquitetas mulheres foram apagadas da história, e por isso pouco se sabe sobre elas. Além dos 8 nomes notáveis que apresentamos aqui, lembramos também das muitas outras que contribuíram para a arquitetura durante as últimas décadas, sendo conhecidas ou não.

Recomendamos a leitura da primeira parte do artigo:
31 de julho: Dia Nacional da Mulher Arquiteta e Urbanista

Lady Elizabeth Wilbraham

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Elizabeth Wilbraham (1632–1705) veio de uma família inglesa privilegiada e se destacou por desafiar as normas sociais de sua época. Em um período no qual era praticamente impossível para mulheres seguirem uma carreira profissional na arquitetura, Wilbraham abriu seu próprio caminho. Hoje é considerada por muitos como a primeira mulher arquiteta na história do Reino Unido - e talvez do mundo. Sua jornada teve início ainda aos 19 anos, quando embarcou em uma viagem de lua de mel pela Europa com seu marido. Impulsionada por sua paixão pela arquitetura, ela transformou essa viagem em uma extensa exploração arquitetônica, conhecendo figuras influentes como Pieter Post e estudando as obras de Andrea Palladea.

Apesar da falta de evidências concretas que a ligassem diretamente com projetos arquitetônicos, pesquisas apontam seu indiscutível interesse no campo. Acredita-se que ela tenha praticado a arquitetura secretamente, utilizando assistentes arquitetos do gênero masculino para supervisionar seus projetos e receber seus créditos. Mesmo com as limitações sociais impostas às mulheres da época, Wilbraham se tornou uma patrona da arquitetura do século XVII. Historiadores especulam seu envolvimento em inúmeros projetos, principalmente para as mansões de sua família. Outras teorias apontam que ela foi uma importante orientadora de Christopher Wren, um dos mais aclamados arquitetos da Inglaterra. É creditada também por contribuir com o design de um grande número de igrejas encomendadas após o Grande Incêndio de Londres, em 1666.

Louise Blanchard Bethune

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Louise Blanchard Bethune (1856–1913) foi uma figura pioneira no mundo da arquitetura e deixou sua marca no final do século XIX. Sua jornada começou na cidade de Buffalo, em Nova York, onde trabalhou como desenhista para o escritório de arquitetura de Richard A. Waite. Através de seu talento excepcional e sua dedicação ao trabalho, Bethune foi promovida como a principal designer do escritório, um cargo anteriormente dominado por homens. Quebrou outro obstáculo em 1881, ao se tornar a primeira mulher a ser oficialmente reconhecida como arquiteta profissional, sendo admitida na Western Association of Architects.

As contribuições arquitetônicas de Bethune abrangeram uma ampla variedade de projetos, incluindo prédios comerciais, instituições educacionais e espaços públicos. Ela abraçou o emergente estilo Beaux-Arts e incorporou elementos do design neoclássico em seu trabalho. Exemplos notáveis de seus projetos incluem o Hotel Lafayette e o edifício da Alling & Cory Company, ambos marcos icônicos em Buffalo. Seu legado como pioneira da área trouxe conquistas para além de seu sucesso profissional. Foi co-fundadora da Buffalo Society of Architects e se tornou uma defensora ativa dos direitos das mulheres, principalmente no âmbito profissional. A liderança e determinação de Bethune abriram caminho para futuras gerações de mulheres arquitetas, inspirando-as a seguir suas paixões e derrubar barreiras no mundo da arquitetura.

Elizabeth Carter Brooks

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Elizabeth Carter Brooks (1867–1951) foi uma arquiteta, educadora e ativista social estadunidense. Ela desempenhou um papel crucial na defesa dos direitos da comunidade negra e na preservação de edifícios históricos nos Estados Unidos. Pioneira da área, ela se destacou em sua época como uma das únicas mulheres negras consideradas tanto arquiteta como patrona da arquitetura.

Brooks tinha uma profunda paixão pela educação e trabalhou incansavelmente para elevar sua comunidade. Ela acreditava no poder da educação como uma ferramenta de empoderamento e dedicou seus esforços para garantir que pessoas negras tivessem acesso a uma educação de qualidade e oportunidades de crescimento pessoal. Em 1901, se tornou a primeira mulher negra contratada como professora de uma escola pública nos Estados Unidos. Seu compromisso com a educação caminhava lado a lado com suas atividades arquitetônicas.

Reconhecendo a importância de preservar edifícios históricos, Brooks contribuiu ativamente para o movimento de preservação. Ela compreendia o valor cultural e histórico dessas estruturas e desempenhou um papel vital na conscientização e defesa de sua proteção. Através de seu trabalho, ela ajudou a moldar a compreensão da importância do patrimônio arquitetônico estadunidense. Em 1957 foi homenageada pela cidade de New Bedford, onde lecionou por mais de 25 anos, com uma escola em seu nome.

Marion Mahony Griffin

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Marion Mahony Griffin (1871–1961) foi uma artista estadunidense e figura pioneira no mundo da arquitetura. Como uma das primeiras arquitetas licenciadas do mundo, ela fez contribuições significativas para o renomado movimento Prairie School, que enfatizava a natureza, o artesanato e a simplicidade. Em colaboração com Frank Lloyd Wright, ela desempenhou um papel crucial na formação dos princípios do movimento, que integrava à arquitetura um design mais orgânico. Suas representações artísticas e ilustrações deram vida às ideias visionárias de Wright.

Os projetos arquitetônicos de Griffin eram caracterizados por uma harmoniosa combinação de estética e funcionalidade, demonstrando seu profundo respeito pelo meio ambiente natural. Seus projetos incluíam residências, edifícios públicos e planos de paisagismo que refletiam os princípios da Prairie School. Além da arquitetura, as ilustrações e desenhos evocativos de Griffin capturavam a essência da filosofia do design de movimento. Suas realizações pioneiras romperam barreiras de gênero e abriram caminho para outras mulheres na arquitetura, estabelecendo um legado duradouro e significativo.

Lin Huiyin

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Lin Huiyin (1904–1955) foi uma arquiteta, professora e escritora chinesa que desempenhou um papel fundamental na formação da arquitetura moderna da China. Em um período no qual os direitos das mulheres à educação eram limitados, Lin Huiyin se beneficiou dos privilégios sociais e econômicos de sua família para buscar sua formação acadêmica fora do país. Ela se tornou a primeira mulher chinesa a obter um diploma na Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos. Embora desejasse estudar arquitetura, foi recusada por ser mulher, então matriculou-se na Escola de Belas Artes da instituição. Seus estudos formais em arquitetura viriam depois, ao se inscrever em aulas individuais na disciplina.

Lin Huiyin conheceu seu marido, Liang Sicheng, enquanto estudavam sobre arquitetura na faculdade. Ele seria conhecido tempos depois como o “pai da arquitetura moderna chinesa”, e juntos atuariam como arquitetos, professores e restauradores de edifícios culturais chineses. Lin Huiyin foi uma importante defensora do patrimônio histórico cultural do país e dedicaria seus estudos e trabalho nesse campo até seu falecimento. Em 1936, ela e seu marido escalaram o telhado do Templo do Céu com o objetivo de obter registros sobre a arquitetura antiga da China (ela se tornou a primeira mulher a tentar a caminhada do telhado do imperador). Em 1937, em uma de suas explorações, Lin Huiyin descobriu o salão principal do Templo de Foguang, a única estrutura de madeira remanescente da dinastia Tang.

O compromisso de Lin Huiyin com a preservação do patrimônio cultural era notável. Ela reconhecia a importância de proteger locais históricos e desempenhou um papel ativo na restauração e conservação da arquitetura antiga chinesa. Seus esforços ajudaram a aumentar a conscientização sobre a importância da preservação arquitetônica e lançaram as bases para futuras empreitadas nessa área. Lin Huiyin é considerada a primeira mulher arquiteta da China moderna. A artista e também arquiteta Maya Lin é sua sobrinha.

Georgia Louise Harris Brown

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Georgia Louise Harris Brown (1918–1999) foi uma arquiteta estadunidense pioneira que marcou a história negra nos Estados Unidos. Exibindo desde cedo uma aptidão natural para a arte e a mecânica, foi incentivada pelos pais a buscar uma educação qualificada. Se mudou para Chicago em 1938, onde se matriculou em um curso de verão no Instituto de Tecnologia de Illinois. O curso era ministrado pelo renomado arquiteto Mies van der Rohe que, mais tarde, seria um colega de trabalho. Entrou em 1940 na Universidade do Kansas, iniciando sua jornada na arquitetura. Fez história na instituição ao se tornar a primeira mulher negra a obter um diploma em arquitetura, formando-se em 1944.

Enfrentando os obstáculos racistas e sexistas de sua época, Brown se tornou ainda a segunda mulher negra com uma licença profissional para arquitetura nos Estados Unidos. Trabalhou em diversas empresas proeminentes em Chicago e contribuiu para projetos significativos, como os apartamentos do 860–880 Lake Shore Drive. Em busca de maiores oportunidades e igualdade racial, ela se mudou para o Brasil em 1954, onde continuou sua prática arquitetônica. Aqui teve oportunidade de trabalhar em projetos notáveis e de impacto duradouro, de empresas e indústrias multinacionais até casas residenciais para clientes abastados. Mas as contribuições de Brown na arquitetura vão além de suas conquistas profissionais. Ela foi responsável por quebrar barreiras raciais e de gênero, pavimentando o campo arquitetônico para futuras gerações de arquitetas e arquitetos negros.

Norma Merrick Sklarek

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Norma Merrick Sklarek (1926–2012) foi uma premiada arquiteta estadunidense pioneira na história negra dos Estados Unidos. Nascida no Harlem, apresentou desde pequena uma excelência acadêmica que se destacava nas artes e nas ciências exatas. Seu gosto pela arquitetura surgiu enquanto estudava matemática na Barnard College. Depois de formada, se matriculou na Universidade de Columbia em 1954, onde se tornou a primeira mulher negra com um diploma em arquitetura. Nesse mesmo ano também se tornou a primeira mulher negra licenciada como arquiteta em Nova York, e em 1962 a primeira mulher negra licenciada pelo estado da Califórnia.

Sklarek trabalhou em projetos notáveis ao longo de sua carreira e em espaços que marcaram a arquitetura urbana. O Pacific Design Center (1975), por exemplo, é um renomado centro de design em Los Angeles que leva a co-assinatura da arquiteta. Sua visão ajudou a moldar os icônicos prédios de cores e desenhos marcantes. Além disso, também fez contribuições significativas para o Aeroporto Internacional de Los Angeles (1984), um dos mais movimentados do mundo. Seu projeto pode ser observado na renovação do Terminal 1, que buscou a melhoria da experiência dos passageiros. Em 1985, foi co-fundadora da Siegel, Sklarek, Diamond, uma das maiores empresas de arquitetura de propriedade feminina na época.

Apesar das conquistas, Sklarek enfrentou inúmeros desafios para estabelecer sua carreira na área. Mesmo com seu talento e qualificações, sofreu pelo racismo e por práticas discriminatórias que dificultaram seu progresso profissional. Com o tempo, a arquiteta se tornou uma defensora ativa da diversidade na profissão, buscando inspirar futuras gerações de arquitetos, especialmente mulheres e minorias sociais, a seguirem seus sonhos.

Zaha Hadid

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Zaha Hadid (1950–2016) foi uma arquiteta iraquiana-britânica que remodelou os limites do design arquitetônico. Nascida em Bagdá, iniciou sua jornada estudando matemática na Universidade Americana de Beirute, no Líbano. No entanto, ao descobrir sua paixão pela arquitetura, se mudou em 1972 para Londres onde se formou na Architectural Association School of Architecture, uma das mais antigas e prestigiadas escolas de arquitetura do mundo. Durante seus estudos, Hadid foi influenciada por arquitetos visionários, como Rem Koolhaas e Elia Zenghelis, que a inspiraram a explorar novas possibilidades e a desafiar as convenções arquitetônicas tradicionais.

Sua abordagem única e visionária, caracterizada por formas fluidas e geometrias não convencionais, deixou uma marca inegável no campo da arquitetura. Os projetos inovadores de Hadid, como a Estação do Corpo de Bombeiros de Vitra, o Museu MAXXI e a Ópera de Guangzhou, desafiaram as noções tradicionais de espaço e receberam aclamação global. Hadid se tornou a primeira mulher e pessoa árabe a receber o Prêmio Pritzker de Arquitetura em 2004. Entre seus inúmeros prêmios, foi também a primeira mulher a receber a Medalha de Ouro Real de Arquitetura, além de ser nomeada pela rainha Elizabeth II como Dama da Ordem do Império Britânico em 2012.

Apesar de seu falecimento prematuro em 2016, o legado de Zaha Hadid continua a inspirar arquitetos e designers em todo o mundo. Seus projetos e desenhos memoráveis são parte integral do que conhecemos hoje como arquitetura contemporânea. Hadid é uma das maiores arquitetas do século XX e XXI e, em 2010, foi considerada pela revista TIME a maior pensadora do mundo.

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ArchShop

A ArchShop está redefinindo o conceito de arquitetura residencial no Brasil, tornando projetos de alta qualidade acessíveis a todos. Combinando a expertise de mais de 20 anos no setor da construção civil com a inovação tecnológica, a empresa oferece uma plataforma digital completa que simplifica e democratiza o processo de construção da casa dos sonhos.

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